quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Definindo desejos.
“Encontro pela vida milhões de corpos;
desses milhões posso desejar centenas;
mas dessas centenas, amo apenas um. O
outro pelo qual estou apaixonado me
designa e especialidade do meu desejo.
Esta escolha, tão rigorosa que só retém
o Único, estabelece, por assim dizer, a
diferença entre a transferência
analítica e a transferência amorosa; uma
é universal, a outra é específica. Foram
precisos muitos acasos, muitas
coincidências surpreendentes (e talvez
muitas procuras), para que eu encontre a
Imagem que, entre mil, convém ao meu
desejo. Eis o grande enigma do qual
nunca terei a solução: por que desejo
esse? Por que o desejo por tanto tempo,
languidamente? É ele inteiro que desejo
(uma silhueta, uma forma, uma
aparência)? Ou apenas uma parte desse
corpo? E, nesse caso, o que, nesse corpo
amado, tem a tendência de fetiche em
mim? Que porção, talvez incrivelmente
pequena, que acidente? O corte de uma
unha, um dente um pouquinho quebrado
obliquamente, uma mecha, uma maneira de
fumar afastando os dedos para falar? De
todos esses relevos do corpo
tenho vontade de dizer que são
adoráveis. Adorável quer
dizer: este é o meu desejo, tanto que
único: “É isso! Exatamente isso (que
amo)!” No entanto, quanto mais
experimento a especialidade do meu
desejo, menos posso nomeá-la; à precisão
do alvo corresponde um estremecimento do
nome; o próprio do desejo não pode
produzir um impróprio do enunciado:
deste fracasso da linguagem, só resta um
vestígio: a palavra “adorável” (a boa
tradução de “adorável” seria ipse
latino: é ele, ele mesmo em pessoa)."
Roland Barthes
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Gente.
”Tem gente que Deus coloca
na nossa vida só pra nos dar paz. Que nos empurra pro melhor de nós, que
nos guia pro caminho do bem. Gente que é sorriso em dia feio, que é
suporte quando parece faltar chão. Tem gente que pensa e repensa jeitos de
nos fazer bem, que se preocupa e demonstra. Gente que é abraço, mesmo
de longe, e a certeza que tudo vai dar certo. Que empresta coração pra
gente morar, que planta pensamentos bonitos nos dias da gente."
Karla Tabalipa
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
A cegueira do mundo.
Façamos um manifesto pelo fim de bocas que não te olham, de mãos que te afagam e não te sentem, de pegadas que não se doam.
Precisamos tirar a venda dos olhos, começar a focar o olhar, tornar um observador, interessado, atento, sentir o outro, importar, parar de julgar.
Treinar o olhar é abrir-se para perceber o que acontece a seu redor, enxergar o avesso, sair do óbvio.
Vamos apurar o olhar curioso, criativo e destemido em prol de relações mais
intensas e verdadeiras. Olhe a pessoa que acabou de conhecer e se deixe
olhar. Não tenha medo, quebre a passividade do ver, nada de mal pode lhe
acontecer. Muito pelo contrário, no máximo você vai descobrir alguém
interessante, reconhecer afinidades, dar risadas e bons beijos.
Lia Rocha [adaptado]
Trecho extraído do blog: http://www.casalsemvergonha.com.br/
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